O filme "O contador de historias" serviu como mote para o início das aulas de projeto este ano. Trata-se de um filme biográfico sobre Roberto Carlos Ramos.
Nascido nos anos 1970 em Belo Horizonte, Roberto era o caçula de uma família pobre com muitos filhos. Entregue à Febem (Fundação para o Bem-Estar do Menor) pela mãe, que acreditava que ele teria um futuro melhor ali dentro, acabou tornando-se um fugitivo da instituição. Mas que sobreviveu ao abandono e à violência e, por causa da intervenção de uma pedagoga francesa, Marguerite Duvas , conseguiu estudar e tornar-se, anos depois, um famoso contador de histórias, conhecido internacionalmente.
Assistir esse filme com os alunos foi uma experiência muito gratificante. Pude perceber o interesse , o encantamento e a emoção em seus olhos e gestos. Após o filme, assistimos a entrevista dele no Jô Soares e mais alguns vídeos sobre sua vida atualmente. Assim, tínhamos dados suficiente para promover uma roda de reflexão sobre os diversos temas do fime: abandono, direitos da criança e do adolescente, a importância de se acreditar no ser humano, independente de sua classe social e etnia. E finalmente refletir sobre a importância da historia de nossas próprias vidas. Assim, como atividade, os alunos escreveram uma crônica autobiográfica. No início, confesso que muitos não gostaram da proposta, principalmente quando lhes falei que não se identificassem no texto, pois posteriormente, as crônicas seriam lidas por todos na sala. Para encorajá-los, participei da atividade também.
No dia combinado, ao pedir as produções, expliquei que aquele que não quisesse que sua redação não fosse exposta (lida), fizesse um asterisco, e assim seria respeitado. Acredito que essa atitude de não obrigá-los a fazer algo, contribui muito para o que se sucedeu : todas as crônicas foram lidas , inclusive a minha, e aplaudidas. Ainda, antes da leitura, deixei como opção se identificar ou não. E para minha surpresa, a maioria se identificou.
Esta atividade foi maravilhosa, pois foi um momento em que todos puderam retratar suas vidas , refletir sobre suas ações passadas, e ainda, perceber que muitos que convivem diariamente no espaço escolar, têm muitas coisas em comum, como a dor da separação dos pais, que foi o recorde de semelhanças nas crônicas, inclusive a minha. Assim, descobrindo os pontos comuns, podemos nos aproximar e nos entender menhor, e ainda enfrentar as adversidades da vida.
Um abraço
Profª Adriana
Nenhum comentário:
Postar um comentário